segunda-feira, 19 de março de 2012

Amor não tem cor!

Cidadania em Debate: Consciência Negra



Presidente de movimento faz denuncia de preconceito


Uma denuncia de preconceito foi feita pelo presidente do Movimento ‘Cisne Negro’, Lenilso Luis da Silva. Ele relatou que na última quarta-feira o ator Alexandre de Sena, que participava do 24º Festival Internacional de Teatro Universitário – FITUB, foi agredido por policiais militares.

“Não é possível que a gente ainda conviva com o racismo tão presente em nossa cidade”, disse. Lenilso contou ter sido encaminhado para comissão de direito na Câmara dos Deputados uma denúncia para punição dos dois policiais.

“Nós queremos que isto seja investigado e pedimos o afastamento imediato destes dois agentes”, declarou. Ele solicitou que a Câmara Municipal se solidarize para que não ocorram mais atos como este na cidade.

Também aproveitou para pedir aos vereadores que abram a Casa à discussão de políticas para combater o racismo.

Ato Contra Agressão Racista em Blumenau

Audiência pública discute políticas de igualdade racial



A Câmara de Vereadores promoveu na manhã desta sexta-feira (25) uma audiência pública para tratar das políticas públicas de combate ao racismo e de promoção à igualdade racial em Blumenau. Na oportunidade, o coordenador do movimento Cisne Negro, Lenilso da Silva, afirmou que o que une a população negra é o sentimento de solidariedade. “O movimento de consciência negra em Blumenau foi formado em 2003. Surgiu em um seminário na FURB a partir da constatação das péssimas condições em que vive esta população no Brasil. Instituímos desde então um fórum permanente de discussão da população negra”.
   A ideia da audiência surgiu após uma agressão a um homem negro na cidade. “Pedimos a promotoria que investigasse o caso e punissem os dois responsáveis. E este não foi o primeiro caso de racismo. Tivemos aqui no município a única santa negra da história católica pintada de branca. No desfile da Oktoberfest, representou-se através de um senhor negro a época da escravidão. É claro que não vamos esquecer esta época, mas não precisamos perpetuá-la”.
   Para Lenilso, apesar das dificuldades, o movimento já registrou alguns avanços, como a criação da Secretaria Nacional de Igualdade Racial; a lei 11645, que incluiu nos currículos escolares a história dos indígenas e dos negros; e a Política Nacional Integral de Saúde da População Negra. “Com isto, a nossa realidade ficou um pouco melhor. Apesar de que em Santa Catarina e em Blumenau ainda não seja como queremos”, registrou.
   Emocionado por estar na ‘Semana da Consciência Negra’, o coordenador da Rede de Educação Cidadã do Núcleo de Blumenau, Sérgio Maurício Bernardo, afirmou que as palestras o fazem pensar na construção da vida. “Os movimentos tem muita contribuição a dar. Não tem um direito que não foi conquista das lutas de classe”, disse. Além disso, ele criticou a falta de políticas públicas para comunidade excluída e de vereadores que se comprometam com esta população. “O que me entristece é não ver o envolvimento da Secretaria de Educação, na Semana da Consciência Negra”, lamentou a presidente do Sindicato Unido dos Trabalhadores Públicos Sueli Adriano. “Espero que no próximo ano, o plenário esteja lotado”, disse. Também observou que os 41 mil habitantes negros de Blumenau estão muito bem representados pelo líder do Grupo Cisne Negro, Lenilso da Silva.
   De acordo o representante da secretaria de educação, Morche Ricardo Almeida, a luta do povo negro brasileiro parece não ter fim. “É uma luta por igualdade”, afirmou. Morche é também coordenador do curso de História da Semascri e presidente do Fórum Parlamentar das relações Etinicorracionais de Santa Catarina e elogiou o trabalho feito por Lenilso da Silva. “Não é minha geração que encerra esta luta, mas nós neste momento somos o alicerce para esta luta”, observou.
   Marcos Pinar, o Marcão, membro da Ufeco – União Florianopolitana das Entidades Comunitárias, ressaltou a importância da integração de políticas e experiências. Ele destacou que o trabalho feito em Florianópolis nasceu com muita luta, iniciada com a eleição do primeiro vereador negro da capital – Marcio de Souza, que abraçou a causa que resultou na criação de uma Coordenadoria de Igualdade Racial. Conforme Marcão, “existem dados que comprovam que ainda muita há diferença de tratamento entre as pessoas, em prejuízo dos negros”. Também lamentou a tentativa de acabar com o feriado de Zumbi dos Palmares, observando que as entidades de classe nunca questionaram os feriados católicos comemorados no país.
   Representando a Polícia Militar, o major Carlos Alberto, afirmou que, como forma preventiva, a instituição, no dia 22 de novembro, em Florianópolis, fez um painel com os grupos considerados vulneráveis e minoria. “Já faz parte do curso de formação dos policiais uma disciplina voltada a este tema, visando mudar a consciência e a atuação técnica. Procuramos tratar todos de forma igual”, ressaltou.
   A coordenadora de Políticas de Promoção de Igualdade Racial de Florianópolis, Ana Paula Lima, também se fez presente. Para ela, o contexto histórico de 100 anos de resistência conta muito para entender em que situação o movimento negro se encontra hoje. “O Brasil participa neste ano de uma conferência internacional deste tema e possui muitos delegados. Isto faz com que o país tome algumas atitudes. Tornando-se signatário em 2001 deste congresso, recebeu uma série de encaminhamentos para o país. Neste mesmo ano, o estado brasileiro se reconhece publicamente como racista”.
   A ex-vereadora Maria Emília de Souza declarou que “é preciso que este seja o século da sensibilidade”. Ela apontou que à medida que o Brasil assume ser um país racista, “através dos dados da desigualdade que vive a população negra”. Também chamou a atenção para as responsabilidades do estado brasileiro nas três esferas. Já o vereador Vânio Salm (PT), mesmo de origem alemã, declarou que sua família o ensinou a contribuir e não fazer distinção de forma alguma. Também afirmou que a igreja apóia a união dos povos. 

2011: Ano da Igualdade Racial

Blumenau comemora dia da Consciência Negra neste domingo


A data 20 de novembro é um marco para o movimento negro brasileiro. Neste dia, em 1695, morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Para o presidente do Cisne Negro, Lenilso Luís da Silva, ele foi o maior líder dos afro-descendentes. “Tamanha a sua importância que desde 2003 lembramos a sua morte, que é carregada de simbolismo, reflexão e conscientização das condições deste povo atualmente”, afirmou.
   O líder afirmou que a população negra no Brasil sofre um prejuízo social há anos. “São as crianças que morrem três vezes mais que os brancos; as mulheres que tem os menores salários e as piores condições de trabalho; são os jovens que não conseguem concluir o ensino superior; e por aí vai”.
   A realidade vem mudando, conforme Lenilso, mas a passos lentos. “A criação da Secretaria de Políticas Públicas de Combate ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial é prova disto. Mas, infelizmente, o nosso estado e a cidade não acompanham e respeitam as ações desta secretaria, como a lei que inclui no currículo escolar assuntos acerca da população negra no país”.
   Lenilso ressaltou que o movimento fará diversas ações na próxima semana para lembrar a data. “Na segunda, às 19h, vamos nos reunir na FURB; na terça, vamos às escolas; na quarta teremos um encontro com as religiões de matizes africanas; na quinta, conversaremos com os jovens; e na sexta encerramos com uma audiência pública nesta casa sobre a necessária atitude de combate ao racismo”, concluiu. 

4º Semana Municipal da Consciência Negra de Blumenau

" RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS: RAÍZES DA LIBERDADE EM UMA CULTURA DE PAZ "


A mostra expõe artefatos da cultura Afro-Africana, contendo imagens, fotos e figuras. O Movimento de Consciência Negra de Blumenau - CISNE NEGRO buscou representar e divulgar a vestimenta das religiões Candomblé e Umbanda, além da apresentação de alguns instrumentos.

A exposição é aberta ao público, de segunda a sexta-feira, das 13:30 às 17:30 horas.
 
Data de abertura: 19/04/2011
Horário: 15 horas
Data da exposição: de 18 de abril a 06 de maio de 2011.



Semana das Religiões de Matrizes Africanas

Com o apoio de Centros de Umbanda e Candomblé, mandatos populares e sindicatos o MOCNEB – CISNE NEGRO está organizando a II Semana das Religiões de Matrizes Africanas de Blumenau. A programação tem início neste domingo (17), ao meio-dia, com uma feijoada Salve Jorge, na Casa de Caridade Zé Baiano.

Uma lei, de autoria da ex-vereadora Maria Emília de Souza, institui a Semana das Religiões de Matrizes Africanas no município e estabelece que as atividades alusivas à data devem ser desenvolvidas, anualmente, na semana de 23 de abril. 

“O objetivo da semana é combater à intolerância religiosa, bem como a toda e qualquer forma de preconceito, discriminação e violência contra as comunidades tradicionais de religiosidade de matriz africana; a construção e implementação de políticas públicas, principalmente religiosas, sociais, ambientais e culturais, voltadas para as comunidades tradicionais de religiosidade de matriz africana, na construção de um mundo mais solidário, democrático e justo”, ressaltou um dos organizadores, Babá Edon de Oxum, ao ocupar a tribuna da Câmara hoje.

Na terça-feira (20) haverá uma exposição de indumentárias africanas e na quarta-feira (21) um seminário, na FURB. 

2ª Semana Municipal de das Religiões de Matrizes Africanas